Felizmente Há Luar
Paralelismos
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Contexto histórico da ação
Século XIX - 1817
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Contexto histórico da obra
Século XX - 1961
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Regime político
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Monarquia absoluta
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Ditadura de índole fascista
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Conceito
de sociedade ideal
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D.Miguel e o principal Sousa têm um conceito de
sociedade “ideal” muito semelhante. Uma sociedade estratificada, onde cada um
tenha a noção exata da sua condição e saiba manter o distanciamento devido.
Uma sociedade em que os trabalhadores contribuam prazenteiramente com o seu
esforço para a prosperidade do país, sempre numa atitude de resignação
cristã. Uma sociedade sem opiniões políticas que aceite, sem contestação, o
poder do Rei. Uma sociedade, enfim, que se mantenha passiva e alheia a novas
ideologias, a novas maneiras de estar na vida e feliz na sua ignorância.
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Para Salazar, chefe do governo durante cerca de 40
anos, a sociedade ideal era aquela em que cada cidadão vivesse feliz e
tranquilamente integrado no seu pequeno mundo – família, paróquia, terra. Uma
sociedade conservadora, em que os valores tradicionais fossem respeitados e
tivesse como divisa “Deus, Pátria, Família”. Uma sociedade fechada sobre si
mesma, alheia às perniciosas influências do estrangeiro, defensora de
estabilidade e hostil à mudança, que confiasse, sem dúvidas ou contestações,
nos seus governantes. Enfim, um país – aldeia, pobre, mas sereno.
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Formas
de persuasão ou de mentalização
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Manter o povo na ignorância e estimular o ódio pelo
“estrangeiro”, para preservar valores tradicionais e conservadores.
Estimular, com o apoio da igreja, o ódio aos inimigos de Cristo, ou seja,
todos os que contestassem o poder instituído.
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Manter o povo na ignorância e desinteressado dos
assuntos políticos. Estimular a confiança no governo e no regime através da
propaganda política ou de instituições como a Mocidade Portuguesa. Estimular,
nomeadamente com o apoio da igreja, a defesa dos “bons costumes”, evidenciando
os aspectos negativos de hábitos inovadores vindos do estrangeiro.
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Métodos
de repressão
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Instalação de um clima de medo às forças militares e
militarizadas. Proibição de ajuntamentos, para se evitar trocas de opiniões,
conversas que pudessem despertar a consciência cívica ou a divulgação de
ideais revolucionárias. Instalação de um ambiente de terror com condenações à
morte por motivos políticos, aparentemente sentenciados por julgamentos
secretos e sumários.
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Censura prévia de todas as publicações e manifestações
artísticas nacionais ou estrangeiras – jornais, revistas, livros,
representações teatrais, etc. Represálias ou mesmo pena de prisão para quem
não acatasse as proibições feitas pela censura. Exílio forçado ou proibição
de entrada de estrangeiros considerados “subversivos”. Vigilância feita pela
polícia política, ou seus informadores, sobre qualquer pessoa, ou grupo,
suspeitos de oposição ao regime. Prisão, por tempo indeterminado, de quem
fosse suspeito de atividades contra o regime. Obtenção/procura de informações
e confissões sob tortura física ou psicológica. Prisão no campo de
concentração do Tarrafal (Cabo Verde) onde as condições precárias condenaram
à morte ou invalidez muitos detidos.
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Causas
de descontentamento social
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Invasões francesas e consequente ruína agrícola,
comercial e industrial provocada por quatro anos de guerra. Ausência do Rei
no Brasil e incapacidade dos regentes de tomar medidas para superar a crise
económica. Descontentamento dos militares portugueses em situação de subalternidade
aos oficiais ingleses. A reorganização das forças armadas em Portugal fora
entregue a Beresford, que, como chefe militar com plenos poderes, integrava
também a regência do país. Clima de opressão e repressão às ideologias
progressistas.
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Clima de opressão e repressão às ideologias
progressistas. Falta de liberdade de expressão e de possibilidade de escolha
por eleições livres e fiáveis. Obrigatoriedade de participação na guerra
colonial, sem que se vislumbrasse, apesar das pressões internacionais, qualquer
abertura para a resolução pacífica do conflito.
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Representatividade
das personagens
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D. Miguel Forjaz – estadista totalitário; não admite
que as suas decisões sejam criticadas ou sequer discutíveis e é implacável
nos métodos repressivos a adoptar; leva Portugal ao isolamento do resto da
Europa; político de “gabinete”.
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António de Oliveira Salazar – estadista fundador do
Estado Novo; ditador, tenta moldar a sociedade ao seu conceito de sociedade
ideal; político de gabinete; impõe o regime e não hesita em utilizar métodos
repressivos fortes para neutralizar as vozes divergentes;; mantém
inalteráveis os seus princípios; isola Portugal do resto da Europa
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Principal Sousa – cardeal, representante do poder
religioso, dá apoio às medidas repressivas de D. Miguel
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Cardeal Cerejeira – partilha a mesma ideologia de
Salazar, orientando o país religiosamente; apoia o regime
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General Gomes Freire d’Andrade – viveu fora de
Portugal e idealizou a construção de um país mais europeu
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General Humberto Delgado – viveu no estrangeiro o
que o fez evoluir ideologicamente. Ousou desafiar o Estado Novo
candidatando-se à presidência da república. Obrigado a exilar-se não abdicou
da luta pela democracia em Portugal.
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Matilde
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Mulheres dos prisioneiros políticos; católicos
progressistas
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Frei Diogo
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Representa alguns membros da igreja progressista e
democrata, que se opuseram à política salazarista, nomeadamente o bispo do
Porto, D.António Ferreira Gomes, forçado ao exílio
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Morais Sarmento, Andrade Corvo, Vicente
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Representam os denunciantes, informadores da polícia
política. Provenientes de diferentes estratos sociais partilham o objecto
comum de conseguir benefícios pessoais pela denúncia
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Manuel, Rita, Antigo Soldado, outros populares
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Representam o povo, as principais vítimas da
injustiça social e política, mas impotentes para lutar pelos seus direitos ou
por uma causa. Impotência de índole diferenciada – miséria, medo, ignorância,
falta de consciência política
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Sousa Falcão
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Representa também o núcleo do descontentamento
passivo, que se acomoda ou resigna por falta de coragem para enfrentar a
repressão.
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