A Dedicatória não é um elemento estrutural obrigatório do
género épico, mas sim facultativo. Camões, contudo, faz questão de dedicar o
poema a D. Sebastião, o rei que então reinava em Portugal e que o poeta vê como
garantia «da Lusitana liberdade».
Trata-se de um discurso bem
organizado, em que o pólo de comunicação gira em volta do destinatário, daí a
abundância da forma da segunda pessoa e do imperativo, elementos típicos de uma
mensagem/apelo.
D. Sebastião é visto como
representante do povo escolhido por Deus, como monarca poderoso, como digno
descendente de seus avós D. João III e Carlos V, mas, sobretudo, como pessoa em
quem se investe a esperança de continuação da ação épica, na prossecução da
obra de dilatação da Fé e do Império.
O que o poeta tem para oferecer ao
rei é este seu canto de louvor dos portugueses, podendo o rei, através deste,
se aperceber do real valor do povo que governa.
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