Histórico
– O tempo retratado na peça
é 1817, momento de regime absolutista em que Portugal se tinha aliado a
Inglaterra e a corte exilado no Brasil. p.16
«Vê-se a gente livre dos Franceses, e zás! Cai nas mãos dos Ingleses! E agora?
Se acabamos com os Ingleses, ficamos nas mãos dos reis do Rossio.».
Da escrita – 1961 – o tempo retratado,
1817, funciona como uma metáfora de 1961, uma vez que Portugal tenta
libertar-se da opressão sustentada pela ditadura salazarista, em que o governo
procede a inúmeras prisões, de modo a reprimir qualquer revolta contra o poder
instituído. Por isso se afirma que existe um paralelismo histórico-metafórico
em Felizmente há Luar!. p. 60
«Quem não é por nós é contra nós»
Psicológico – é o modo como as personagens
vivem a passagem do tempo, por exemplo p.111
referência à passagem do tempo relativamente ao General Gomes Freire «Ao chegar
a S. Julião da Barra… aí ficou todo o dia, às escuras, até que ao cair da
noite… só ao fim de seis dias…» e p. 129
«…150 dias metido numa masmorra?».
Dramático/Representado – O primeiro ato tem a duração de dois dias,
parece processar-se muito rapidamente, precipita o desenrolar dos
acontecimentos que se fundamentam na elaboração de um plano que permita
identificar/apontar o nome de um possível chefe da conjura que convenha aos
interesses do poder, e que virá a ser o General Gomes Freire. P. 68 «Há dois dias que quase não
durmo». O segundo ato pressupõe a
duração de cento e cinquenta dias, parece decorrer mais lentamente, intensifica
o drama vivido pelas diferentes personagens, acentua a intensidade dramática da
ação, reforça a densidade do espaço psicológico das várias personagens. P. 129 «ou 150 dias metido numa
masmorra»
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