sexta-feira, 6 de abril de 2012

Tempo - Felizmente Há Luar!


            Histórico – O tempo retratado na peça é 1817, momento de regime absolutista em que Portugal se tinha aliado a Inglaterra e a corte exilado no Brasil. p.16 «Vê-se a gente livre dos Franceses, e zás! Cai nas mãos dos Ingleses! E agora? Se acabamos com os Ingleses, ficamos nas mãos dos reis do Rossio.».
        
    Da história/Ação – 1817 é o tempo retratado e que se caracteriza pela crise económica e social do país. O governo procede a inúmeras execuções, de modo a acabar com os rumores populares e travar conspirações ou revoltas.
            Da escrita – 1961 – o tempo retratado, 1817, funciona como uma metáfora de 1961, uma vez que Portugal tenta libertar-se da opressão sustentada pela ditadura salazarista, em que o governo procede a inúmeras prisões, de modo a reprimir qualquer revolta contra o poder instituído. Por isso se afirma que existe um paralelismo histórico-metafórico em Felizmente há Luar!. p. 60 «Quem não é por nós é contra nós»
            Psicológico – é o modo como as personagens vivem a passagem do tempo, por exemplo p.111 referência à passagem do tempo relativamente ao General Gomes Freire «Ao chegar a S. Julião da Barra… aí ficou todo o dia, às escuras, até que ao cair da noite… só ao fim de seis dias…» e p. 129 «…150 dias metido numa masmorra?».
            Dramático/Representado – O primeiro ato tem a duração de dois dias, parece processar-se muito rapidamente, precipita o desenrolar dos acontecimentos que se fundamentam na elaboração de um plano que permita identificar/apontar o nome de um possível chefe da conjura que convenha aos interesses do poder, e que virá a ser o General Gomes Freire. P. 68 «Há dois dias que quase não durmo».  O segundo ato pressupõe a duração de cento e cinquenta dias, parece decorrer mais lentamente, intensifica o drama vivido pelas diferentes personagens, acentua a intensidade dramática da ação, reforça a densidade do espaço psicológico das várias personagens. P. 129 «ou 150 dias metido numa masmorra»

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