Estrutura paralela do início dos dois atos
Embora
nunca apareça em cena, o General Gomes Freire de Andrade está sempre presente e
é ele que confere unidade à peça.
Após
uma leitura atenta da obra é fácil perceber que existe uma paralelismo
estrutural entre os dois atos da mesma, uma vez que o segundo ato funciona como
a consequência do que ocorre no primeiro ato. Assim:
I Ato
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II Ato
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Manuel interroga-se
sobre o que fazer para alterar a sua situação e da sua classe social.
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O povo lamenta a sua
miséria.
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A chegada dos
polícias faz dispersar os populares. Os polícias procuram Vicente para que
este traia a sua classe e se transforme num «bufo».
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A polícia proíbe os
ajuntamentos.
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Os diálogos entre os
governadores, Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento funcionam como um
plano de preparação para a condenação do General Gomes Freire.
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Os diálogos entre os
governadores e Matilde significam a efetivação das intenções dos
representantes dos poder – destruir o General Gomes Freire.
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Prisão de populares
que conspiravam contra o governo e apelo de «morte ao traidor Gomes Freire»
feito por D. Miguel Forjaz.
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Morte do General e
grito de esperança de Matilde.
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O
autor pretende mostrar por um lado o imobilismo da sociedade portuguesa, por
outro a impotência de alguns elementos mais conscientes do povo para alterar
qualquer situação, por muito desagrado que esta lhe cause. O imobilismo é
evidenciado por tudo se encontrar exatamente na mesma, antes e depois da prisão
do General, antes e depois de abortada uma conspiração que poderia ter
modificado o país. A impotência é evidente nas palavras de Manuel – foram-se os
franceses, vieram os ingleses, se os ingleses se forem ficam os regentes
portugueses «entre os três venha o diabo que escolha» (Ato I). Entretanto (Ato
II), houve uma esperança dada pela conspiração. Morta a esperança ficaram
piores do que estavam. Se Gomes Freire, com todo o seu prestígio militar e
político, nada pôde fazer contra o Poder, o que poderá um simples popular?
Embora nunca apareça em cena, o General Gomes Freire de Andrade está sempre presente e é ele que confere unidade à peça.
ResponderEliminarApós uma leitura atenta da obra é fácil perceber que existe uma paralelismo estrutural entre os dois atos da mesma, uma vez que o segundo ato funciona como a consequência do que ocorre no primeiro ato. Assim:
I Ato
II Ato
Manuel interroga-se sobre o que fazer para alterar a sua situação e da sua classe social.
O povo lamenta a sua miséria.
A chegada dos polícias faz dispersar os populares. Os polícias procuram Vicente para que este traia a sua classe e se transforme num «bufo».
A polícia proíbe os ajuntamentos.
Os diálogos entre os governadores, Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento funcionam como um plano de preparação para a condenação do General Gomes Freire.
Os diálogos entre os governadores e Matilde significam a efetivação das intenções dos representantes dos poder – destruir o General Gomes Freire.
Prisão de populares que conspiravam contra o governo e apelo de «morte ao traidor Gomes Freire» feito por D. Miguel Forjaz.
Morte do General e grito de esperança de Matilde.
O autor pretende mostrar por um lado o imobilismo da sociedade portuguesa, por outro a impotência de alguns elementos mais conscientes do povo para alterar qualquer situação, por muito desagrado que esta lhe cause. O imobilismo é evidenciado por tudo se encontrar exatamente na mesma, antes e depois da prisão do General, antes e depois de abortada uma conspiração que poderia ter modificado o país. A impotência é evidente nas palavras de Manuel – foram-se os franceses, vieram os ingleses, se os ingleses se forem ficam os regentes portugueses «entre os três venha o diabo que escolha» (Ato I). Entretanto (Ato II), houve uma esperança dada pela conspiração. Morta a esperança ficaram piores do que estavam. Se Gomes Freire, com todo o seu prestígio militar e político, nada pôde fazer contra o Poder, o que poderá um simples popular?