Caracterização da
personagem General Gomes Freire de Andrade com base nas páginas 126 a 129.
Leitura ativa do excerto – deteção das características do
General
Citação
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Significado
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«Se há santos, Gomes Freire é um deles…»; «Foi um
grande privilégio que Deus lhe concedeu – o de viver ao lado de um homem como
o general Gomes Freire» Afirmações de Frei Diogo
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Caráter do General – pessoa com valores, correta,
íntegra, digna, inocente perante o crime de que é julgado;
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«…o general pediu-me para a procurar (…) tem pensado em
si constantemente.» Afirmação de Frei Diogo
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Amor que o General sente por Matilde
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«Não faça a Deus o que os homens fizeram ao general
Gomes Freire: não O julgue sem O ouvir.» Afirmação de Frei Diogo
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Gomes Freire como o “bode expiatório” dos governadores;
inocência do general
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«Um homem a sério, capaz de palmilhar as estradas da
Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa
masmorra?» Afirmação de Matilde
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Gomes Freire comparado a Cristo, por ser um homem com
valores, correto, justo, íntegro, etc
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«Esses morrem na forca ou apodrecem nas prisões, não vá
a sua presença incomodar a burocracia de Deus!» Afirmação de Matilde
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Gomes Freire como alguém cuja presença é incómoda, já
que questiona as leis vigentes e é um líder capaz de destronar o regime existente
a favor de valores humanos
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«Não reza porque viveu tão perto de Deus que nem
precisa de se lhe dirigir…» Afirmação de Matilde
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O General como crente a Deus, vivendo sempre uma vida
digna de um bom cristão
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Caracterização
1º
parágrafo – frase introdutória de apresentação da personagem;
Parágrafos seguintes –
caracterização da personagem com recurso a levantamentos textuais comprovativos
das afirmações feitas;
Último parágrafo – frase conclusiva acerca da
personagem salientando a característica principal da mesma.
Exemplo:
Gomes Freire de Andrade,
«que está sempre presente embora nunca apareça», é a personagem virtual de Felizmente
Há Luar, uma vez que nunca aparece em cena, mas está sempre presente,
sendo, aliás, o motivo de todo o enredo.
Nesta cena, como em toda a
obra, assiste-se a uma caracterização indireta do General por parte de Frei
Diogo e Matilde, (em quem Gomes Freire por amor «tem pensado []
constantemente.», segundo Frei Diogo), personagens estas que, apesar de serem
distintas, emitem opiniões semelhantes em relação ao General.
Através das palavras de
Frei Diogo é possível constatar que o General é uma pessoa íntegra, digna e com
valores morais, sendo «um grande privilégio que Deus [concedeu a Matilde] – o
de viver ao lado de um homem como [ele]». A ideia de integridade do General é
consolidada não só por Matilde, quando o compara a Cristo, «Um homem a sério,
capaz de palmilhar as estradas da Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto,
ou 150 dias metido numa masmorra?», pela referência ao cativeiro a que está
submetido, ou quando nega a necessidade do General rezar «porque viveu tão
perto de Deus que nem precisa de se lhe dirigir…», como por Frei Diogo, ao
dizer «Se há santos, Gomes Freire é um deles…», afirmações que assumem grandes
repercussões, já que significam que Gomes Freire é inocente perante o crime de
que é julgado, sendo, na verdade, o “bode expiatório” dos governadores, ideia
que é consolidada quando Frei Diogo se dirige ao Principal Sousa, dizendo «Não
faça a Deus o que os homens fizeram ao general Gomes Freire: não O julgue sem O
ouvir.». No fundo, o General é visto como alguém cuja presença é incómoda, já
que questiona as leis vigentes e é um líder capaz de destronar o regime
existente a favor de valores humanos, mas «esses morrem na forca ou apodrecem
nas prisões, não vá a sua presença incomodar a burocracia de Deus!».
Em suma, o General Gomes Freire é o herói da obra que
necessariamente tem que ser aniquilado devido às suas características
altruístas capazes de mudar a sociedade da época.
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