Na era do virtual, ir à biblioteca e consultar fisicamente obras e materiais de apoio é algo que caiu em desuso. Aqui, poderão encontrar aquelas informações que podem fazer toda a diferença no vosso estudo.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
Planos para as questões B de Exame - Os Lusíadas
«Por obras valerosas que fazia,
Pelo trabalho imenso que se chama
Caminho da virtude, alto e fragoso,
Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso»
Canto IX, 90
Luís de Camões, Os Lusíadas,
Os versos transcritos formulam uma perspetiva do heroísmo
presente em Os Lusíadas.
Com base na sua experiência de leitura, explicite o modo
como, ao longo da viagem, os navegadores portugueses se tornaram dignos de serem recebidos na «Ilha
dos Amores», fundamentando a sua exposição em dois exemplos significativos.
Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras.
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se
enunciam, ou outros considerados relevantes.
Em Os Lusíadas, o heroísmo dos navegadores,
recompensado na «Ilha dos Amores», é provado pelo esforço e pelo sacrifício necessários à superação de
múltiplos obstáculos:
– a passagem do Cabo das Tormentas (episódio do
«Adamastor»);
– as condições meteorológicas adversas (a tromba-d’água, a
tempestade, o fogo de Santelmo);
– a opinião contrária às Descobertas (episódio do «Velho do
Restelo»);
– os ataques e as ciladas;
– ...
Características épicas e líricas em Mensagem
Características do discurso épico:
– uso narrativo da 3.ª pessoa;
– importância conferida à História;
– apresentação de um acontecimento histórico por um protagonista de alta estirpe (social e moral);
– mitificação de um herói – celebração dos feitos de um herói, tornando-o imortal;
– concretização de uma ação heroica e admirável, com a ajuda de um ser sobrenatural;
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Sonho/Realidade (evasão, angústia, tédio, frustração) - citações
Sonho/Realidade
(evasão, angústia, tédio, frustração)
«…o sonho é muitas vezes, para
Fernando Pessoa, uma compensação para a
realidade amarga e hostil (…). Perante a realidade decepcionante, o sonho aparece como o único caminho; uma
forma de evasão, de esquecimento. (…)
«Porém o sonho, mais do que uma
compensação, aparece por vezes como substituição à própria vida. Incapaz de
aderir ao presente, à realidade que lhe aparece como demasiadamente forte, o
poeta refugia-se no sonho. (…)
Nostalgia de um bem perdido/desagregação do tempo - citações
Nostalgia
de um bem perdido/Desagregação do tempo
«A infância é a inconsciência, o
sonho, a felicidade longínqua, uma idade perdida e remota que possivelmente
nunca existiu a não ser como reminiscência»
Isabel Pascoal, Poemas
de Fernando Pessoa
Fragmentação do eu - citações
Fragmentação
do eu
«Passageiro, viageiro, peregrino através da sua própria alma – é a
imagem de si que o poeta permanentemente nos transmite.
«A alma que quer fixar, que fora
de si, à sua frente, se desdobra como uma +paisagem é, contudo móbil: apenas à
sua passagem o poeta pode assistir. Apenas pode, afinal (como tantas vezes, por
outras palavras, disse) viajar através de si próprio, vendo-se e ouvindo-se,
como «canção de viagem», que se sente ser.
«É o poeta que viaja através da
sua alma-múltipla ou, inversamente, é viajado por ela? Seja como for, tudo é
viagem: paisagem e passagem.»
Teresa Rita Lopes, Pessoa por Conhecer
Dor de pensar - citações
Dor
de Pensar
«A extensão dos seus sentimentos
é constantemente diminuída pela vastidão do seu pensamento. A vida não pode
encontrar em Fernando Pessoa o que a vida requer para ser vivida – completo
abandono aos sentimentos que desperta. Daí a dualidade constante desse homem
que vive e pensa simultaneamente, e que, pensando o que vive, pensa,
precisamente, que a vida só vale a pena ser vivida quando vivida sem
pensamento, uma vez que o pensamento, pecado original de toda a vida, corrompe
a inconsciência inerente à própria felicidade de viver.»
J. G. Simões, Vida o Obra de Fernando
Pessoa
Nota biográfica escrita por Fernando Pessoa (com a data de 30 de março de 1935)
Nome completo: Fernando
António Nogueira Pessoa
Idade
e naturalidade: Nasceu em
Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de São Carlos (hoje do
Directório) em 13 de Junho de 1888.
Alberto Caeiro - características-chave
Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos”, que só
se importa em ver de forma objetiva e
natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a
natureza.
Fragmentação do eu
Pessoa
por ele próprio…
«Continuamente
sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é
um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu.» Bernardo
Soares1
«Meu
Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo
entre mim e mim?» Bernardo Soares1
«Sou
o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida
fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu
nada também.» Bernardo Soares 1
«Não sei quem sou, que alma
tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou
variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).»
Fernando Pessoa2
«Sou múltiplo. Sou um quarto
com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única
realidade que não está em nenhuma e está em todas.» Fernando Pessoa2
1 – Livro do
Desassossego; 2 – Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Planos para as questões B de Exame - Os Lusíadas - visão crítica
B (Exame de 2009)
Considere a seguinte opinião sobre Os Lusíadas:
«Mas o texto é complexo e, por vezes até,
contraditório. Em certos momentos exibe uma face menos gloriosa; aquela em que
emergem as críticas, as dúvidas, o sentimento de crise.»
Maria Vitalina Leal de Matos, Tópicos para a Leitura de Os Lusíadas,
Lisboa, Editorial Verbo, 2004
Fazendo apelo à sua experiência de leitura de Os
Lusíadas, comente, num texto de oitenta a cento e vinte palavras,
a opinião acima transcrita.
Teatro épico/influência brechtiana - II
Bertold
Brecht (1898-1956) – dramaturgo, encenador e poeta alemão. Recusa o teatro
dramático aristotélico, fundado na ilusão e identificação, e defende, desde
1926, o teatro épico e os seus princípios de distanciação (Verfremdunseffekt).
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Como fazer uma boa caracterização de personagens
Caracterização da
personagem General Gomes Freire de Andrade com base nas páginas 126 a 129.
Leitura ativa do excerto – deteção das características do
General
Citação
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Significado
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«Se há santos, Gomes Freire é um deles…»; «Foi um
grande privilégio que Deus lhe concedeu – o de viver ao lado de um homem como
o general Gomes Freire» Afirmações de Frei Diogo
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Caráter do General – pessoa com valores, correta,
íntegra, digna, inocente perante o crime de que é julgado;
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«…o general pediu-me para a procurar (…) tem pensado em
si constantemente.» Afirmação de Frei Diogo
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Amor que o General sente por Matilde
|
«Não faça a Deus o que os homens fizeram ao general
Gomes Freire: não O julgue sem O ouvir.» Afirmação de Frei Diogo
|
Gomes Freire como o “bode expiatório” dos governadores;
inocência do general
|
«Um homem a sério, capaz de palmilhar as estradas da
Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa
masmorra?» Afirmação de Matilde
|
Gomes Freire comparado a Cristo, por ser um homem com
valores, correto, justo, íntegro, etc
|
«Esses morrem na forca ou apodrecem nas prisões, não vá
a sua presença incomodar a burocracia de Deus!» Afirmação de Matilde
|
Gomes Freire como alguém cuja presença é incómoda, já
que questiona as leis vigentes e é um líder capaz de destronar o regime existente
a favor de valores humanos
|
«Não reza porque viveu tão perto de Deus que nem
precisa de se lhe dirigir…» Afirmação de Matilde
|
O General como crente a Deus, vivendo sempre uma vida
digna de um bom cristão
|
Caracterização
1º
parágrafo – frase introdutória de apresentação da personagem;
Parágrafos seguintes –
caracterização da personagem com recurso a levantamentos textuais comprovativos
das afirmações feitas;
Último parágrafo – frase conclusiva acerca da
personagem salientando a característica principal da mesma.
Exemplo:
Linguagem e estilo em Felizmente Há Luar!
A
linguagem é viva e maleável e caracterizadora do estatuto social das
personagens, da relação estabelecida entre si e de afectividade. Evidencia-se a
diversidade de registos de língua que oscila entre o cuidado e o popular –
calão, como por exemplo «idiotas» e «bestas» (Vicente), expressões do nível
familiar «não há mas nem meio mas», alguns provérbios «a voz do povo é a voz de
Deus», frases em latim, por vezes proferidas com ironia e sarcasmo e
diminutivos com tom pejorativo, como «fidalgotes».
Simbologia do título Felizmente Há Luar! - II
Para D. Miguel, o facto de haver luar
permite que as pessoas saiam de casa à noite. O luar como símbolo da
hipocrisia, falsidade e aparência de ter luz própria. O luar funcionará pela
sua luz, como efeito dissuasor da luta pela liberdade, há uma intenção
repressiva, pois esta morte servirá de exemplo - p. 131
Para Matilde – o facto de haver luar permite que as
pessoas saiam de casa à noite e vejam o exemplo a seguir. Esta frase surge como
um grito de esperança, são palavras de coragem e de estímulo para que o povo se
revolte contra a tirania dos governantes, assume assim uma função didáctica
apelando a que o povo sonhe e lute pela liberdade – p. 140
Simbologia em Felizmente Há Luar! - I
Os elementos simbólicos são
portadores de uma dupla dimensão simbólica/ Os símbolos assumem uma dualidade
de sentidos para a qual convergem a vida e a morte, numa perspectiva
polissémica e dicotómica (bipolarização).
· Relógio
de bolso e colete (p.17): símbolos de
riqueza, a que os populares fazem referência de forma irónica e sarcástica,
para demonstrarem a grande dicotomia existente entre pobres e ricos;
· Tambores (p.17, 71, 73 e 77): símbolo da repressão exercida sobre o
povo e da opressão do poder sobre eles;
· Moeda (p.31) – símbolo da humilhação que os mais pobres sofrem e da
arrogância e do desprezo que os mais poderosos exercem sobre eles;
· Três
cadeiras pesadas e ricas com aparência de tronos (p.47, 121): símbolos do poder político exercido por D. Miguel
Forjaz, do poder militar exercido por Beresford e do poder religioso exercido
pelo Principal Sousa; símbolos da regência dos “reis do Rossio”;
· Púlpito (p.74): símbolo do poder religioso sobre o povo ignorante que
vive no obscurantismo;
· Noite (p.60, 80, 116): símbolo de morte que será convertido em vida
através da esperança de um Portugal livre; símbolo das gestações, das
germinações, das conspirações que desabrocharão em pleno dia como manifestação
de vida;
· Cadeira
tosca (p.83): símbolo da modéstia de
Matilde;
· Cómoda e
cadeira do General Gomes Freire (p.84):
símbolo dos pertences pessoais do General Gomes Freire e da sua modéstia;
· Uniforme
velho do General (p.84): símbolo de glórias
e batalhas passadas, de batalhas ganhas;
· Moeda de
cinco réis (p.107, 119): símbolo da
humilhação que os mais pobres sofrem e da arrogância e do desprezo que os mais
poderosos exercem sobre eles; símbolo da revolta de Matilde; (p.109): ao pedir
a moeda, Matilde assume a responsabilização de não ter compreendido
verdadeiramente a situação da miséria do povo; (p.110): moeda enquanto medalha
que relembra a luta que Matilde trava pela salvação do General; (p.120):
referência às trinta moedas com que Judas foi pago pela sua traição a Cristo;
(p.134): símbolo de traição da Igreja, paralelamente a Judas que traiu Cristo,
também o Principal Sousa traiu os valores cristãos, trocando-os pelo poder
(corrupto e hipócrita);
· Saia
verde (p.114, 137-138): símbolo do amor
entre Matilde e o General Gomes Freire e da esperança que a sua morte possa dar
lugar à vida e à renovação; símbolo da liberdade por associação a França;
símbolo de esperança pela cor;
. Fogueira (p.131): símbolo de destruição e de morte, mas também de regeneração e de luz.
Tempo - Felizmente Há Luar!
Histórico
– O tempo retratado na peça
é 1817, momento de regime absolutista em que Portugal se tinha aliado a
Inglaterra e a corte exilado no Brasil. p.16
«Vê-se a gente livre dos Franceses, e zás! Cai nas mãos dos Ingleses! E agora?
Se acabamos com os Ingleses, ficamos nas mãos dos reis do Rossio.».
Espaço - Felizmente Há Luar!
Físico – a ação desenrola-se em Lisboa. Os espaços
são nomeados, no entanto não existem indicações cénicas de construção de
cenário ilustrativo de nenhum local específico. O cenário faz-se a partir dos
efeitos de luz e som. Este espaço é interior e exterior. Espaço exterior p. 16 «Ilumina-se subitamente…»; Espaço interior p. 47 «Ilumina-se o palco … em três
cadeiras…»
Social – retrato da sociedade de 1817,
a opressão, o despotismo, a injustiça, … este espaço social é dicotómico, já
que existem de um lado os ricos e poderosos e do outro os pobres e
miseráveis. Pobres p. 16 «Ilumina-se subitamente…»; Ricos p. 36 «O principal Sousa surge no palco, imponentemente vestido»
Psicológico – O espaço psicológico é,
assim como o social, dicotómico, uma vez que coexistem os oponentes e os
adjuvantes. P. 85 «Relembrávamos o
nosso hotel de Paris…os passeios que dávamos ao longo do Sena…os dias felizes
que passámos juntos… o tempo em que sonhávamos voltar a esta malfadada terra…» p.101 «Por quanto tempo é que o vão
deixar metido numa masmorra, perdendo aos poucos a fé que tinha na gente desta
terra?»
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