sexta-feira, 6 de abril de 2012

Simbologia em Felizmente Há Luar! - I



Os elementos simbólicos são portadores de uma dupla dimensão simbólica/ Os símbolos assumem uma dualidade de sentidos para a qual convergem a vida e a morte, numa perspectiva polissémica e dicotómica (bipolarização).

·       Relógio de bolso e colete (p.17): símbolos de riqueza, a que os populares fazem referência de forma irónica e sarcástica, para demonstrarem a grande dicotomia existente entre pobres e ricos;
·       Tambores (p.17, 71, 73 e 77): símbolo da repressão exercida sobre o povo e da opressão do poder sobre eles;
·     Moeda (p.31) – símbolo da humilhação que os mais pobres sofrem e da arrogância e do desprezo que os mais poderosos exercem sobre eles;
·       Três cadeiras pesadas e ricas com aparência de tronos (p.47, 121): símbolos do poder político exercido por D. Miguel Forjaz, do poder militar exercido por Beresford e do poder religioso exercido pelo Principal Sousa; símbolos da regência dos “reis do Rossio”;
·       Púlpito (p.74): símbolo do poder religioso sobre o povo ignorante que vive no obscurantismo;
·      Noite (p.60, 80, 116): símbolo de morte que será convertido em vida através da esperança de um Portugal livre; símbolo das gestações, das germinações, das conspirações que desabrocharão em pleno dia como manifestação de vida;
·       Cadeira tosca (p.83): símbolo da modéstia de Matilde;
·    Cómoda e cadeira do General Gomes Freire (p.84): símbolo dos pertences pessoais do General Gomes Freire e da sua modéstia;
·       Uniforme velho do General (p.84): símbolo de glórias e batalhas passadas, de batalhas ganhas;
·     Moeda de cinco réis (p.107, 119): símbolo da humilhação que os mais pobres sofrem e da arrogância e do desprezo que os mais poderosos exercem sobre eles; símbolo da revolta de Matilde; (p.109): ao pedir a moeda, Matilde assume a responsabilização de não ter compreendido verdadeiramente a situação da miséria do povo; (p.110): moeda enquanto medalha que relembra a luta que Matilde trava pela salvação do General; (p.120): referência às trinta moedas com que Judas foi pago pela sua traição a Cristo; (p.134): símbolo de traição da Igreja, paralelamente a Judas que traiu Cristo, também o Principal Sousa traiu os valores cristãos, trocando-os pelo poder (corrupto e hipócrita);
·      Saia verde (p.114, 137-138): símbolo do amor entre Matilde e o General Gomes Freire e da esperança que a sua morte possa dar lugar à vida e à renovação; símbolo da liberdade por associação a França; símbolo de esperança pela cor; 
.      Fogueira (p.131): símbolo de destruição e de morte, mas também de regeneração e de luz.

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