segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fragmentação do eu


Pessoa por ele próprio…
                  «Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu.» Bernardo Soares1

                  «Meu Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo entre mim e mim?» Bernardo Soares1

                  «Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também.» Bernardo Soares 1

                «Não sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).» Fernando Pessoa2

                  «Sou múltiplo. Sou um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única realidade que não está em nenhuma e está em todas.»  Fernando Pessoa2
1 – Livro do Desassossego; 2 – Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

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