quarta-feira, 28 de março de 2012

Felizmente Há Luar! - contextualização


Felizmente há Luar! de Luís de Sttau Monteiro – Contextualização

Panorama do tempo da história (1817):
- 1799 – Napoleão assume o poder;
- A Europa atravessa um período conturbado;
- A situação política em Portugal reflete as decisões estrangeiras;
- 1805 – o governo português é intimado por Napoleão para declarar guerra a Inglaterra,
- Portugal fecha as portas à mercadoria inglesa, mas não hostiliza os ingleses residentes;
- 1807 – Portugal é forçado a aderir ao bloqueio continental – sequestra bens ingleses, mas permite a livre circulação de produtos;
- A dubiez do governo português desencadeia a ira de Napoleão que exclui Portugal do mapa europeu;
- Junot vem para Portugal. O príncipe regente D. João, a conselho do governo português, refugia-se no Brasil;
- 1808 – batalhas de Roliça e Vimeiro – as tropas francesas são derrotadas por Wellesley;
- 1809 – Soult invade Portugal, mas Wellesley e Beresford vencem as batalhas (Massena é o último representante napoleónico a tentar conquistar Portugal);
- 1810 – as tropas invasoras são derrotadas nas batalhas do Buçaco das Linhas de Torres;
-        Corte ausente no Brasil – administração do reino é confiada a D. José António de Meneses e Sousa Coutinho, D. Miguel Pereira Forjaz e William Carr Beresford;
-        Portugal era palco de descontentamento, não só pelo facto da Corte estar ausente, mas também pelas dificuldades acrescidas advindas da guerra – o povo sente-se abandonado;
-        Passividade e clima de suspeição propiciaram as ideias de conjura e a procura de um líder – Gomes Freire é escolhido como elemento sacrificial;
- Falsamente acusado de conspiração é preso e condenado à morte «a bem do Reino e do Estado»;
- A sua acusação sem provas de culpabilidade fomentou o advento do Liberalismo que se iniciará em 24 de Agosto de 1920 no Porto com o levantamento popular liderado por Manuel Fernandes Tomás.

Panorama do tempo da escrita (1961):
-   1926 – General Gomes da Costa toma o poder na sequência de um golpe de Estado e cria um novo sistema político – Estado Corporativo (não há individualidade, sinónimo de desestabilização e de caos);
-    25.dezembro.1928 – presidente da República, Óscar Carmona, convida para Ministro das Finanças António de Oliveira Salazar, que ascende a Presidente do Conselho de Ministros em 1932 (cargo que desempenha até Setembro de 1968);
-    1ºato governativo de Salazar – projeto da Nova Constituição Política da Nação aprovada em Março de 1933 e que se mantém em vigor até 1974;
-    40 anos de domínio de Salazar:
   - Estado enraizadamente rural, moral e paternal;
   - «Disciplinar o povo através do silêncio e da invisibilidade» - melhor forma de governar;
   - Sistema político baseado no medo, ostracismo, suspeição e denúncia;
   - «Quem não é por mim, é contra mim»;
-        1933 criação da PVDE (Polícia de Vigilância e de Defesa de Estado); 1954 criação da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado); 1969 criação da DGS (Direcção Geral de Segurança) = atribuições – interrogar, prender, torturar, exilar, censurar e assassinar todos os elementos perturbadores da «paz e da ordem estabelecidas»;
-        Ao totalitarismo da monarquia sucedeu totalitarismo do Estado e à Inquisição sucedeu a PIDE;
-       1958 – Humberto Delgado, o «general sem medo», candidata-se à presidência da república contra o candidato institucional, o almirante Américo Tomás;
-        Américo Tomás é declarado vencedor com maioria absoluta, no entanto, esta acontece através de fraude e manipulação do ato de voto;
-        1965 – Humberto Delgado é assassinado por uma brigada da PIDE.

Felizmente há Luar!
Denuncia o totalitarismo e a violência do Estado
estabelecendo um paralelismo histórico com o período que antecede o Liberalismo, assim:
1817
-       Hipocrisia da sociedade;
-       Povo oprimido e resignado;
-       Clima de suspeição e denúncia;
-       Luta contra o regime absolutista;
-       Passividade e obscurantismo.

1961
-       Denúncia da hipocrisia social;
-       Povo oprimido e explorado;
-       Clima de medo e denúncia;
-       Luta contra o regime ditatorial e totalitário;
-       Ignorância e revolta.

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