quinta-feira, 22 de março de 2012

Dedicatória


            A Dedicatória não é um elemento estrutural obrigatório do género épico, mas sim facultativo. Camões, contudo, faz questão de dedicar o poema a D. Sebastião, o rei que então reinava em Portugal e que o poeta vê como garantia «da Lusitana liberdade».
           
Trata-se de um discurso bem organizado, em que o pólo de comunicação gira em volta do destinatário, daí a abundância da forma da segunda pessoa e do imperativo, elementos típicos de uma mensagem/apelo.      
           
D. Sebastião é visto como representante do povo escolhido por Deus, como monarca poderoso, como digno descendente de seus avós D. João III e Carlos V, mas, sobretudo, como pessoa em quem se investe a esperança de continuação da ação épica, na prossecução da obra de dilatação da Fé e do Império.
           
O que o poeta tem para oferecer ao rei é este seu canto de louvor dos portugueses, podendo o rei, através deste, se aperceber do real valor do povo que governa.

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