Aspetos relativos ao
estilo saramaguiano
· Aproximação da simulação quer do discurso
oral, quer do monólogo interior, em que os pensamentos ininterruptos,
sobrepostos, múltiplos alógicos, verbalizados de forma mais ou menos coerente,
confluem de forma extremamente rápida e contínua.
· Emprego da
vírgula que, sobrepondo-se aos demais sinais de pontuação, separa as várias
falas das personagens e ritma o texto, marcando as suas pausas mais ou menos
longas, assim como tem um papel fundamental na aceleração do ritmo de leitura
do texto, já que as pausas definidas por vírgulas não serão nunca muito
extensas e deixam apenas tempo ao leitor de acertar a sua respiração e preparar
o fôlego.
· Também
estão ausentes os sinais de pontuação que habitualmente são responsáveis pelas
entoações quer exclamativa, quer interrogativa, cabendo ao leitor e à sua
leitura a descoberta da sua presença na narrativa.
· Destaque-se,
ainda, um tom coloquial e dialogante, com invetivas ao leitor, entrando em
interação com um estilo e uma linguagem cujo paradigma é claramente o dos
sermões barrocos do século XVIII. Será importante referir neste ponto as
alusões ao sermão enquanto exercício oratório (p. 92 parágrafo «Quando calha,
vem o Padre Bartolomeu Lourenço…»; p. 164 parágrafo «Tendes razão, disse o
padre…»; p. 174 parágrafo «Et ego in illo…»)
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