Proposta de
correção do Manual – Expressões – Porto Editora – p. 312
1.1.
Domenico
Scarlatti dirige-se ao padre Bartolomeu, começando por falar das construções de
D. João V para, logo em seguida, introduzir a temática que desperta o seu
interesse e razão pela qual procura o clérigo: a construção de um engenho
voador.
2.
O
narrador alude aos jogos estilísticos típicos da literatura da época barroca,
em que o sentido das palavras era frequentemente ofuscado pelas construções
cultistas e conceptistas.
3.
O
músico consegue levar o padre Bartolomeu a revelar-lhe a passarola ao colocar
em causa a hipótese de ser possível voar, pois, segundo ele, “só a música é
aérea” (ll. 21-22).
4.
Quando
contacta pela primeira vez com a máquina de voar, Scarlatti coloca duas
perguntas que levantam dúvidas sobre a concretização material da obra (a
rigidez das asas e o modo de elevação da passarola).
4.1.
Baltasar
e Bartolomeu ficaram “per- plexos” (l. 33) com as perguntas do italiano,
atitude demonstrativa da sua ingenuidade face às questões por ele levantadas.
4.2.
Blimunda,
entretanto chegada, responde a Scarlatti de modo muito lúcido, anunciando em
linguagem quase poética a destruição do telhado da abegoaria para permitir a
saída do engenho voador.
5.
Vénus,
deusa do amor, e Vulcano, deus do fogo, segundo a mitologia romana, eram
casados. Para além dessa semelhança com o casal Sete-Sóis e Sete-Luas e da
analogia presente no trabalho com o fogo/a forja, a aproximação pode igualmente
remeter para a compleição física de Baltasar que, tal como Vulcano (que era
coxo), apresentava uma deficiência, e mesmo para a discrepância, em termos de
beleza, entre os membros do par.
6.
Com
a metáfora, Scarlatti equipara o trio Bartolomeu, Baltasar e Blimunda à
Santíssima Trindade celeste, sendo o padre o pai, pela sua capacidade criadora,
Baltasar o filho, aquele que continua as obras paternas, e Blimunda o espírito
santo, intervindo na obra com matéria “não terrenal” (l. 54).
7.
Blimunda
e Baltasar mostram uma atitude defensiva e, em certos momentos, até agressiva e
provocatória face a Scarlatti. Sete-Luas fá-lo inclusivamente ouvir “ressoar
dentro de si a corda mais grave de uma harpa” (ll. 61-63) com a hostilidade.
No final do excerto, as relações entre os três são esclarecidas através de um
breve diálogo que principia em jeito de ameaça, mas no qual Baltasar termina a
oferecer a sua ajuda para o transporte do cravo para a abegoaria, em sinal de
aceitação de Scarlatti (l. 80).
8.
e
8.1. a. Verdadeira. b. Falsa. Valor aspetual imperfetivo. c. Falsa.
Modifica- dor do grupo verbal. d. Verdadeira.
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