Na era do virtual, ir à biblioteca e consultar fisicamente obras e materiais de apoio é algo que caiu em desuso. Aqui, poderão encontrar aquelas informações que podem fazer toda a diferença no vosso estudo.
quarta-feira, 4 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Os Lusíadas - Reflexões do poeta - síntese
Reflexões do Poeta
Canto I, est. 106
-
Fragilidade da vida humana
rodeada de perigos quer no mar, “tanta tormenta”, quer em terra, “tanta guerra,
tanto engano”;
-
interrogação retórica sobre a
possibilidade de “um bicho tão pequeno” encontrar um porto de abrigo sem
atentar contra a tirania.
"As despedidas em Belém" e "Mar Português"
Considera as estrofes
d’Os Lusíadas.
– Refere as razões que estão na origem dos
sentimentos dos que partem na viagem, fundamentando a tua resposta com
elementos textuais.
- Ambiente de dor e de pessimismo (“Cheio dentro de
dúvida e receio,/Que apenas nos meus olhos ponho o freio”) provocado pela:
o
antecipação dos
perigos que aqueles que partem vão enfrentar – “Em tão longo caminho e
duvidoso,/Por perdidos as gentes nos julgavam”;
o
noção do
desconhecido e incerteza que aquela jornada implicaria - “Em tão longo caminho
e duvidoso,/Por perdidos as gentes nos julgavam”;
o
consciência de
que a morte era o destino provável – “A desesperação e frio medo/De já não nos
tornar a ver tão cedo”.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Fernando Pessoa - Mensagem – Símbolos e Simbologia
Mensagem, obra
pessoana épico-lírica de grande valor mítico-simbólico, apresenta uma estrutura
tripartida que assenta no mito sebastianista e na concretização do Quinto
Império.
As
imagens simbólicas percorrem toda a obra retratando o «sonho português» do
Quinto Império, começando logo pela estrutura tripartida que aponta para o
ciclo da vida: nascimento, maturidade e morte como ressurreição, estabelecendo
o trajecto de vida da pátria.
Também
as subpartes de Mensagem adquirem uma simbologia específica, assim, em
«Brasão» existem «os Campos» como símbolo de espaço de vida e da consolidação
do reino; «Os Castelos» como representação de protecção e das conquistas dos
heróis, sendo que os oito poemas que a compõem referem-se aos heróis históricos
e mítico-lendários associados à fundação e identidade de Portugal; «As Quinas»,
que ilustram cinco personagens lutadoras e mártires da história da pátria,
relacionadas com as cinco quinas da bandeira nacional e as cinco chagas de
Cristo que ilustram a dimensão espiritual do país, traduzindo a consciência do destino
pátrio; «A Coroa» que simboliza a realeza; e «O Timbre» que sendo uma marca
pessoal, transforma-se num sinal de poder legítimo. «O Encoberto» possui uma
divisão em três partes que se revela igualmente simbólica. «Os Símbolos»,
primeira subdivisão, anuncia a importância na crença do sebastianismo, como
ideal espiritual a seguir; «Os Avisos», segunda subdivisão, representa as três
vozes, Bandarra, Padre António Vieira e Pessoa, que profetizaram o Quinto
Império para Portugal; e finalmente «Os Tempos» procura concretizar a
predestinação já assumida de que «É a Hora» de Portugal cumprir a sua missão
espiritual com o mundo.
A
par dos dois aspectos acima citados, importa referir a simbologia que os números
assumem em toda a obra, que está escrupulosamente construída, a fim de
transmitir mensagens subliminares através do predomínio de determinados
números, quer na divisão dos poemas pelas diversas subpartes, quer pela
estrutura externa dos próprios poemas. Deste modo, é de salientar que os
números um (unidade), dois (dualidade), três (santíssima da Trindade, Deus é um
só Ser em três pessoas), cinco (as cinco chagas de Cristo), sete (período
temporal unificante, associado ao Poder e ao acto da Criação) e doze (unidade,
número da cidade santa, situada no Céu, a Jerusalém Celeste, que terá doze
portas e na qual terão lugar os doze apóstolos, também relacionado com a Távola
Redonda do Rei Artur), adquirem valor de símbolo, criando simbologias com os
assuntos a que estão interligados.
Finalmente,
os próprios conceitos, que surgem nos diversos poemas, como o «mar», a «manhã»
ou o «nevoeiro» assumem um carácter simbólico, que remete para a principal
linha de força de toda a obra: Portugal como país predestinado à concretização
do Quinto Império.
Concluindo, os símbolos e
simbologia existentes em Mensagem concorrem sobretudo para transmitir a
ideia da predestinação dos portugueses para a concretização do Quinto Império e
para a crença sebastianista. Fernando Pessoa - Mensagem – Quinto Império e o mito Sebastianista
Fernando
Pessoa, na Mensagem, anuncia um novo
império civilizacional - o Quinto Império. Portugal, por ser a «cabeça da
Europa», adquire uma grande carga
simbólica e mágica, sendo princípio e fim, «onde a terra acaba e o mar começa», existindo uma predestinação nacional para a
concretização deste Império.
Na
época dos Descobrimentos, Portugal foi o império dos mares, agora o Quinto
Império português será a «conquista das
almas», assim, após a localização de Portugal na Europa como «O rosto com
que fita é Portugal», Fernando Pessoa assume a grandiosidade e valor simbólico
do país na civilização ocidental, revelando, posteriormente, a concepção
messiânica da História e a missão que
nos foi imposta por Deus, «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce».
A esperança
do Quinto Império associa-se à ideia tripartida da obra, traduzindo a
evolução mítica da história do país, desde a origem («Brasão»), à fase adulta
(«Mar Português») até à morte («O Encoberto»). Em «O Encoberto» é patente o
sentimento de sofrimento e mágoa, «Falta cumprir-se Portugal», assim torna-se necessária uma regeneração do país
capaz de provocar o nascimento do império espiritual, moral e civilizacional,
caracterizador do Quinto Império. O regresso messiânico (sebastianismo) que
permite o advento do Quinto Império surgirá após a tempestade atual, quando a
calma voltar e permitir que a luz ilumine o caminho, por isso «Ó Portugal, hoje
és nevoeiro.../É a hora!»
«E outra
vez conquistemos a Distância-/Do mar ou outra, mas que seja nossa», é a
crença de Pessoa na concretização do Quinto Império, um Império espiritual que
será atingível apenas por aqueles que acreditem no espírito sebastianista, que
«tomem [a loucura] /Com o que nela ia» e que passando «além da dor» consigam ascender a um estado superior de
lusitanidade e universalidade, para que estão predestinados.
Valete Fratres, expressão que
põe fim à obra, traduz uma saudação e um
apelo à luta por um Portugal Novo, para traçar novos rumos, tomar a
iniciativa e cumprir a missão que nos foi confiada.
Fernando Pessoa - Mensagem – Estrutura tripartida e o seu carácter simbólico
A
estrutura formal e simbólica de Mensagem de Fernando Pessoa é
importantíssima para a compreensão da obra, pois é a partir daí que se podem
retirar conclusões que permitem a idealização da construção do Quinto Império
português.
A Mensagem,
como expressão poética dos mitos, faz a sintonia
entre a vontade divina e o sonho humano que representam o desejo de chegar mais além, combatendo
o medo, através da sua persistência no cumprimento desta missão. A simbologia
da obra assenta imediatamente na divisão
em três partes que simbolizam o ciclo da vida da «alma lusitana». Assim, a primeira parte, «Brasão», traduz o princípio da nacionalidade, fazendo
referência aos fundadores e antepassados que contribuíram para a
construção/edificação da pátria, como D. Henrique que ergueu a espada «e
fez-se» o começo, simbolizando assim o nascimento
de uma nação grandiosa responsável pelo Império marítimo. «Mar Português», segunda parte, espelha
a realização dos portugueses através do
mar construindo o grande destino da Nação, «Do mar e nós em ti nos deu
sinal/Cumpriu-se o Mar». Simboliza, desta forma, a maturidade, a vida da pátria e a busca de um «futuro do passado»
em que «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce» em direção à concretização do
Quinto Império. Finalmente em «O
Encoberto», cognome de D. Sebastião, é referido o império moribundo, a morte ou o fim das energias latentes, anunciando-se a regeneração e instauração
de um tempo novo, através do espírito messiânico sebastianista «É esse que
regressarei»
Mensagem
faz a apologia do passado português grandioso e heroico, revestindo-o de um
carácter místico, sendo tempo do cumprimento de uma missão determinada por
Deus, onde se receberão «os beijos merecidos da verdade» e a glória portuguesa,
o que levará os portugueses ao Quinto Império.
Subscrever:
Mensagens (Atom)