segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Os Lusíadas - Reflexões do poeta - síntese

Reflexões do Poeta
Canto I, est. 106
-               Fragilidade da vida humana rodeada de perigos quer no mar, “tanta tormenta”, quer em terra, “tanta guerra, tanto engano”;
-               interrogação retórica sobre a possibilidade de “um bicho tão pequeno” encontrar um porto de abrigo sem atentar contra a tirania.


Canto V, est. 94-100
-               Invetiva do poeta contra os seus contemporâneos que desprezam as letras;
-               o poeta sente vergonha pelo facto de a nação portuguesa não ter “[capitães]” letrados, pois quem não sabe o que é arte, também não a sabe apreciar, “Sem vergonha o não digo: que a razão/De algum não ser por versos excelente/É não se ver prezado o verso e rima,/Porque quem não sabe arte, não na estima.”;
-               a ventura fez dos portugueses gente áspera, austera e rude, sendo que poucos ou nenhuns há com “engenho”;
-               se a nação portuguesa prosseguir no costume da ignorância, não teremos nem homens ilustres nem corajosos;
-               a comparação entre os exemplos da Antiguidade Clássica e os Portugueses serve para acentuar a “pobreza” cultural existente em Portugal;
-               o poeta pretende, com os seus argumentos, alertar as consciências para a necessidade e para a urgência de se alterar o panorama do reino no que respeita à cultura e à instrução dos seus súbditos, sob pena de não haver uma real evolução se isso não acontecer.

Canto VI, est. 95-99
-               O poeta medida sobre o valor da verdadeira glória;
-               o valor da verdadeira glória está no esforço por alcançá-la;
-               crítica àqueles que alcançam a glória sem a merecer;
-               os que merecem a glória são aqueles que se esforçam e se sacrificam por ela (est.97 e 98).

Canto VII, est. 2-14
-               Os portugueses são em menor número, mas, pelos seus feitos, podem ser um exemplo a seguir pelos outros povos;
-               os portugueses ocupam uma pequena parte do mundo, “tão pequena parte sois no mundo”, mas são grandes em coragem e ousadia para lutar pela fé cristã;
-               referências a outros povos e às suas características, de modo a sobrevalorizar os portugueses:
o    alemães – têm muitos territórios, mas está embrenhado em lutas internas; referência às reformas de Lutero;
o    ingleses – criou a igreja anglicana, dividindo a igreja;
o    aqueles que se regem pelo “vil” metal (dinheiro);
o    italianos – povo cheio de vícios e males dentro do seu próprio território;
-                enquanto os outros povos andam “cegos e sedentos/[] de vosso sangue”, os portugueses continuarão a descobrir o mundo e a realizar bons feitos, “E, se mais houvera, lá chegara”.

Canto VII, est.78-87
-               Intervenção pedagógica;
-               o povo português revela indiferença e insensibilidade face à cultura e literatura, desprezando e não dando valor ao poeta;
-               perspetiva pessoal do desprezo que lhe é votado;
o    tomando o seu exemplo, o desprezo e falta de reconhecimento face ao seu esforço, nenhum escritor quererá louvar os feitos dos portugueses;
-               os portugueses menosprezam a cultura e literatura, o que os poderá levar à decadência;
-               denúncia aos abusos dos poderosos e às injustiças que atingem o povo.

Canto VIII, est.96-99
-               O poeta tece considerações sobre o poder corruptor do vil metal/dinheiro;
-               o dinheiro obriga à tomada de determinadas condutas, “Quanto no rico, assi como no pobre,/Pode o vil interesse e sede imiga/Do dinheiro, que a tudo nos obriga.”;
-               estrofe 97 como exemplo do que se faz a troco do dinheiro;
-               pronome demonstrativo “este” (estrofe 98 e 99) como anáfora de “metal luzente e louro” (dinheiro);
-               o dinheiro não é sinónimo de virtude.

Canto X, est.145-148
-               O poeta exorta D. Sebastião a ser grande e a continuar os feitos grandiosos dos seus antecessores;
-               estrofe 145
o    o poeta canta para “gente surda e endurecida” – gente incapaz de apreciar o seu canto épico;
o    a pátria não reconhece nem se orgulha dos letrados;

-               os “vassalos excelentes” de D. Sebastião demonstram grande força e coragem, pois enfrentam perigos, obedecem às suas ordens com prontidão e alegria e farão dele sempre um vencedor e não um vencido.

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