Reflexões do Poeta
Canto I, est. 106
-
Fragilidade da vida humana
rodeada de perigos quer no mar, “tanta tormenta”, quer em terra, “tanta guerra,
tanto engano”;
-
interrogação retórica sobre a
possibilidade de “um bicho tão pequeno” encontrar um porto de abrigo sem
atentar contra a tirania.
Canto V, est. 94-100
-
Invetiva do poeta contra os seus
contemporâneos que desprezam as letras;
-
o poeta sente vergonha pelo facto
de a nação portuguesa não ter “[capitães]” letrados, pois quem não sabe o que é
arte, também não a sabe apreciar, “Sem vergonha o não digo: que a razão/De
algum não ser por versos excelente/É não se ver prezado o verso e rima,/Porque
quem não sabe arte, não na estima.”;
-
a ventura fez dos portugueses
gente áspera, austera e rude, sendo que poucos ou nenhuns há com “engenho”;
-
se a nação portuguesa prosseguir
no costume da ignorância, não teremos nem homens ilustres nem corajosos;
-
a comparação entre os exemplos da
Antiguidade Clássica e os Portugueses serve para acentuar a “pobreza” cultural
existente em Portugal;
-
o poeta pretende, com os seus
argumentos, alertar as consciências para a necessidade e para a urgência de se
alterar o panorama do reino no que respeita à cultura e à instrução dos seus
súbditos, sob pena de não haver uma real evolução se isso não acontecer.
Canto VI, est. 95-99
-
O poeta medida sobre o valor da
verdadeira glória;
-
o valor da verdadeira glória está
no esforço por alcançá-la;
-
crítica àqueles que alcançam a
glória sem a merecer;
-
os que merecem a glória são
aqueles que se esforçam e se sacrificam por ela (est.97 e 98).
Canto VII, est. 2-14
-
Os portugueses são em menor
número, mas, pelos seus feitos, podem ser um exemplo a seguir pelos outros
povos;
-
os portugueses ocupam uma pequena
parte do mundo, “tão pequena parte sois no mundo”, mas são grandes em coragem e
ousadia para lutar pela fé cristã;
-
referências a outros povos e às
suas características, de modo a sobrevalorizar os portugueses:
o alemães
– têm muitos territórios, mas está embrenhado em lutas internas; referência às
reformas de Lutero;
o ingleses
– criou a igreja anglicana, dividindo a igreja;
o aqueles
que se regem pelo “vil” metal (dinheiro);
o italianos
– povo cheio de vícios e males dentro do seu próprio território;
-
enquanto os outros povos andam “cegos e
sedentos/[] de vosso sangue”, os portugueses continuarão a descobrir o mundo e
a realizar bons feitos, “E, se mais houvera, lá chegara”.
Canto VII, est.78-87
-
Intervenção pedagógica;
-
o povo português revela indiferença
e insensibilidade face à cultura e literatura, desprezando e não dando valor ao
poeta;
-
perspetiva pessoal do desprezo
que lhe é votado;
o tomando
o seu exemplo, o desprezo e falta de reconhecimento face ao seu esforço, nenhum
escritor quererá louvar os feitos dos portugueses;
-
os portugueses menosprezam a
cultura e literatura, o que os poderá levar à decadência;
-
denúncia aos abusos dos poderosos
e às injustiças que atingem o povo.
Canto VIII, est.96-99
-
O poeta tece considerações sobre
o poder corruptor do vil metal/dinheiro;
-
o dinheiro obriga à tomada de
determinadas condutas, “Quanto no rico, assi como no pobre,/Pode o vil
interesse e sede imiga/Do dinheiro, que a tudo nos obriga.”;
-
estrofe 97 como exemplo do que se
faz a troco do dinheiro;
-
pronome demonstrativo “este”
(estrofe 98 e 99) como anáfora de “metal luzente e louro” (dinheiro);
-
o dinheiro não é sinónimo de
virtude.
Canto X, est.145-148
-
O poeta exorta D. Sebastião a ser
grande e a continuar os feitos grandiosos dos seus antecessores;
-
estrofe 145
o o
poeta canta para “gente surda e endurecida” – gente incapaz de apreciar o seu
canto épico;
o a
pátria não reconhece nem se orgulha dos letrados;
-
os “vassalos excelentes” de D.
Sebastião demonstram grande força e coragem, pois enfrentam perigos, obedecem
às suas ordens com prontidão e alegria e farão dele sempre um vencedor e não um
vencido.
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