A
estrutura formal e simbólica de Mensagem de Fernando Pessoa é
importantíssima para a compreensão da obra, pois é a partir daí que se podem
retirar conclusões que permitem a idealização da construção do Quinto Império
português.
A Mensagem,
como expressão poética dos mitos, faz a sintonia
entre a vontade divina e o sonho humano que representam o desejo de chegar mais além, combatendo
o medo, através da sua persistência no cumprimento desta missão. A simbologia
da obra assenta imediatamente na divisão
em três partes que simbolizam o ciclo da vida da «alma lusitana». Assim, a primeira parte, «Brasão», traduz o princípio da nacionalidade, fazendo
referência aos fundadores e antepassados que contribuíram para a
construção/edificação da pátria, como D. Henrique que ergueu a espada «e
fez-se» o começo, simbolizando assim o nascimento
de uma nação grandiosa responsável pelo Império marítimo. «Mar Português», segunda parte, espelha
a realização dos portugueses através do
mar construindo o grande destino da Nação, «Do mar e nós em ti nos deu
sinal/Cumpriu-se o Mar». Simboliza, desta forma, a maturidade, a vida da pátria e a busca de um «futuro do passado»
em que «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce» em direção à concretização do
Quinto Império. Finalmente em «O
Encoberto», cognome de D. Sebastião, é referido o império moribundo, a morte ou o fim das energias latentes, anunciando-se a regeneração e instauração
de um tempo novo, através do espírito messiânico sebastianista «É esse que
regressarei»
Mensagem
faz a apologia do passado português grandioso e heroico, revestindo-o de um
carácter místico, sendo tempo do cumprimento de uma missão determinada por
Deus, onde se receberão «os beijos merecidos da verdade» e a glória portuguesa,
o que levará os portugueses ao Quinto Império.
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