domingo, 19 de novembro de 2017

Alberto Caeiro – o poeta bucólico; o primado das sensações

Texto expositivo-informativo (130-170 palavras) 2 hipóteses

«O guardador de rebanhos», poeta do real objetivo, pensa vendo e ouvindo, recusando o pensamento metafísico.
            Caeiro é o poeta que vive em perfeita comunhão com a natureza, existindo uma plena identificação com os elementos naturais. Através de uma poesia deambulatória, “olhando para a direita e para a esquerda”, faz o primado das sensações, atribuindo maior importância à visão, à “ciência de ver”. Deste modo, recusa o pensamento, pois “nada pensa nada” e “pensar é estar doente dos olhos”. Assim, defende o objetivismo na poesia, assumindo uma atitude antimetafísica de rejeição do que ultrapassa a apreensão imediata do real. Exatamente por estes motivos existe uma defesa da naturalidade e simplicidade, não só temática, mas também formal.
            A contemplação simples faz de Caeiro um poeta da Natureza e do olhar, da simplicidade e clareza total e da objetividade das sensações, que pensa sentindo, pois «pensar [metafisicamente] é não compreender».
148 palavras



«O guardador de rebanhos», poeta do real objetivo, pensa vendo e ouvindo, recusando o pensamento metafísico.
            Caeiro espelha a inocência e constante novidade das coisas, procurando captar o que as sensações lhe oferecem da realidade imediata, «a sensação é a única realidade para nós», não intelectualiza, pois, «pensar é estar doente dos olhos». Assim, constrói uma doutrina objetiva, já que «pensar incomoda como andar à chuva», por isso liberta-se de todas as ideias pré-concebidas, e vê a realidade concreta, breve e transitória, pois «as coisas não têm significado: têm existência», assumindo a percepção sensorial o papel principal.
            A contemplação simples faz de Caeiro um poeta da Natureza e do olhar, da simplicidade e clareza total e da objetividade das sensações, que pensa sentindo, pois «pensar [metafisicamente] é não compreender».
129 palavras

Alberto Caeiro apresenta-se como um poeta bucólico, afirmando «fui o único poeta da Natureza».
            Ao assumir-se metaforicamente como um “guardador de rebanhos”, o poeta exprime o seu desejo de viver de forma simples e tranquila, recolhendo da natureza toda a paz e procurando uma integração e comunhão com ela. A sua felicidade resulta dessa perceção pelos sentidos das coisas simples da vida, «quando […] me deito ao comprido na erva, […] sei a verdade e sou feliz.» Deste modo, ama a natureza pelo que ela é, pelas sensações objetivas transmitidas e não por saber ou pensar o que ela é, «Se eu pensasse nessas cousas, / Deixava de ver as árvores e as plantas».
            Caeiro deambula, observando o mundo, surpreendendo-se com a sua renovação e eterna novidade, sem preconceitos ou abstrações. Mostra-se um poeta pagão ao ver no mundo sensível e em cada elemento da Natureza uma revelação do divino, numa atitude panteísta, recusando o pensamento e a metafísica.

            Concluindo, a natureza constitui o maior ensinamento de vida para Caeiro.
                                                                                                                                  170 palavras



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