Texto expositivo-informativo (130-170 palavras)
2 hipóteses
Através da influência da Antiguidade Clássica,
Ricardo Reis defende o estoicismo, o epicurismo e o carpe diem horaciano.
A sua consciência da efemeridade da vida leva-o
à indiferença face à morte (“da vida iremos/Tranquilos”) e à reflexão sobre o
fluir inelutável do tempo, comparando a vida ao curso de um rio que “passa e
não fica, nada deixa e nunca regressa”. A aceitação estoica do poder do destino
é reveladora da atitude de abdicação, conduzindo-o à recusa das emoções. A
filosofia estoica une-se à epicurista na medida em que esta última defende a
procura da felicidade relativa e da ataraxia e, por isso, da moderação dos
prazeres, da fuga aos sentimentos extremos e ao sofrimento e a indiferença face
à morte. Deste modo, Reis pretende aproveitar o dia e os prazeres do momento
presente, já que tem consciência da efemeridade da vida, d’”o pouco que
duramos”.
Concluindo, a aceitação passiva da realidade e
a tranquilidade sem perturbação fazem da vida uma natural
condenação à morte.
165 palavras
Ricardo Reis é clássico no estilo
e no rigor. Estoico, pagão, crê nos deuses da Grécia e no exercício da razão,
por isso defende o saber contemplar, ou seja, vê intelectualmente a realidade.
Na
procura da serenidade livre de afetos e de tudo o que possa perturbar o seu
espírito, faz uma defesa do Carpe Diem, o prazer do momento presente,
sem ceder aos impulsos, revelando um epicurismo triste, disciplinando as
emoções e sentimentos, por isso busca a felicidade relativa, alcançando-a pela
indiferença à perturbação. Assim, «Segue o [seu] Destino» com naturalidade, sem
lhe resistir, «sem desassossegos grandes».
Através
do paganismo faz a apologia dos deuses e das presenças quase-divinas que tudo
habitam.
Concluindo,
Reis relativiza tudo através da ataraxia e do estoicismo, tentando permanecer
indiferente às paixões perturbadoras da razão.
132 palavras
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